quinta-feira, 6 de outubro de 2011

Cesariana

O que é uma cesariana? 
Cesariana é uma cirurgia em que o obstetra realiza uma incisão no abdome e no útero da mulher para retirar o bebê através desse espaço. 

No Brasil, em torno de 50 por cento dos partos realizados são cesarianas -- e se só a rede particular for considerada, as cesáreas chegam a até 90 por cento em alguns hospitais. É uma proporção muito maior que os 10 a 15 por cento de cesarianas recomendados pela Organização Mundial da Saúde (OMS). 

Cesáreas são consideradas operações abdominais de grande porte, daí gerarem mais riscos do que o parto vaginal. Mulheres que passam por cesarianas são mais suscetíveis a infecções, sangramentos excessivos, dores pós-parto e período de recuperação mais longo. 

Outro senão é que elas aumentam o risco futuro, em caso de novas gestações, de complicações como placenta prévia. Apesar disso, nem toda cesariana deve ser evitada, já que muitas vezes ela é necessária pelo bem da mãe, do bebê ou de ambos. 

Quando a cesariana é necessária? 
Algumas mulheres já sabem que vão precisar de uma cesárea logo de cara, por apresentar alguma complicação. Em outros casos, a decisão pode ocorrer somente durante o trabalho de parto. 

Veja abaixo algumas condições em que uma cesariana costuma ser previamente programada: 

• O bebê está em posição sentada ou de lado; ele apresenta alguma doença ou anormalidade já conhecida. 

• Gestação de três ou mais bebês ao mesmo tempo. 

• A mãe está com uma erupção de herpes genital, infecção que pode ser transmitida ao bebê em caso de parto vaginal. 

• A mãe tem placenta prévia (que ocorre quando a placenta se implanta em um local tão baixo do útero que bloqueia a saída do bebê) ou descolamento prematuro da placenta (a placenta se separa da parede uterina antes da hora, colocando o feto em risco). 

• A mãe tem piora em um estado de pré-eclâmpsia, o que torna arriscado esperar por um parto normal. 

• Histórico materno de cirurgias uterinas invasivas ou de cesáreas anteriores (mais de uma). 

• Problemas de coluna ou de quadril que impossibilitem a mulher de ficar em posição ginecológica. 

Vários motivos levam a uma cesariana de última hora, decidida depois que o trabalho de parto já começou. Sempre que há uma situação crítica, a cesariana é o modo mais rápido de tirar o bebê a salvo, como nas seguintes hipóteses: 

• A frequência cardíaca do bebê está irregular, o que indica que ele talvez não consiga passar por um parto vaginal. 

• Prolapso do cordão umbilical -- o cordão aparece antes do bebê, o que o deixa vulnerável a ser comprimido durante o parto, levando a um possível corte de sua fonte de oxigênio. 

• A placenta se descolou. 

• O bebê não está se movimentando pelo canal do parto porque o colo do útero parou de dilatar ou por alguma outra razão. 

Quais são os preparativos para uma cesariana? 
Geralmente, quando a cesariana já está marcada, os médicos recomendam que não se coma nada cinco horas antes do parto. É bom confirmar isso com o obstetra com antecedência e perguntar também sobre beber água ou outros líquidos. 

Uma vez no hospital, sua roupa é trocada por um avental hospitalar, e os pelos da região onde é feito o corte da cesárea são raspados. Você tem que tirar anéis, brincos, pulseiras e até piercings (de qualquer parte do corpo). Você não pode estar excessivamente maquiada e nem com esmalte escuro na mão, para que sua pele possa ser monitorada durante a operação. 

Outra coisa que tem que tirar é lentes de contato e óculos. No caso dos óculos, peça para o seu parceiro ou acompanhante segurá-los, assim você pode colocar de volta depois para ver o bebê. 

Lembrando que é direito da grávida ter um acompanhante na hora do parto, a menos que exista alguma emergência médica que impeça a presença de uma pessoa indicada (homem ou mulher). 

Leia mais sobre o que acontece em um relato de cesariana contado por um papai. 

Como é uma cesariana? 
Na maioria das cesarianas é realizada uma anestesia peridural ou raquidiana, ou ainda uma combinada, para que a mãe possa permanecer acordada e acompanhar a chegada do bebê. 

Além da anestesia, são colocados uma sonda para urina e soro intravenoso (para administração de soro ou remédios, se necessário). A frequência cardíaca da mãe é acompanhada por um monitor, e a área abaixo dos seios é isolada por um protetor durante a cirurgia. 

Uma vez que a anestesia esteja pronta, o obstetra faz um pequeno corte horizontal na pele acima do osso púbico da mãe, um pouquinho embaixo da "linha do biquíni", e, em seguida, um outro na parte inferior do útero. Várias camadas de tecido e músculo são abertas para se chegar até o útero. O corte no útero mesmo geralmente é bem pequeno. 

O bebê é então retirado. Tudo isso em poucos minutos. Você pode se surpreender com o estica-e-puxa para tirar o bebê -- não dói, mas é uma sensação no mínimo diferente. E não é incomum o anestesista ou algum enfermeiro ajudarem empurrando o bebê por cima da barriga. Não se assuste. 

Um pediatra vai rapidamente avaliar o recém-nascido, que será então mostrado a você. Se estiver tudo bem, o papai pode segurar a criança enquanto a placenta também é retirada e os pontos são dados em cada uma das camadas de músculo e pele, o que leva cerca de 30 minutos (demora mais tempo para fechar do que abrir para a cirurgia). 

Pulseiras de identificação serão colocadas no bebê ainda na sala de parto, e você e seu parceiro poderão conferi-las. 

O que acontece depois da cesariana? 
Quando a cesárea termina, a mãe é transferida para uma sala de recuperação, enquanto o bebê vai para o berçário, onde será identificado e colocado em uma incubadora ou berço aquecido por algumas horas. 

Muitas mulheres sentem muito frio nessa hora devido à queda de temperatura do corpo durante a operação. Isso porque a anestesia afeta a capacidade do organismo de regular a temperatura, e também porque as salas de operação são mantidas mais frias. A tremedeira pode deixar você nervosa, mas tente se lembrar que não é nada fora do normal e que passa em cerca de meia hora. 

Depois, uma enfermeira trará seu filho até você e a ajudará a amamentar. Às vezes é mais confortável ficar deitada de lado e colocá-lo assim também, cara a cara com você. 

Após uma cesariana, costuma levar algum tempo para as mulheres encontrarem posições confortáveis para a amamentação, mas vale a pena insistir, já que só tende a melhorar. 

E se eu não quiser me submeter a uma cesariana? 
O importante, antes de tomar a decisão, é conhecer bem os dois tipos de parto, para saber o que acontece em cada um (na cesariana e no parto vaginal), e conversar bastante com várias pessoas sobre o assunto. 

Se sua maior preocupação é a dor, saiba que é difícil escapar totalmente dela, em um ou outro caso, antes ou depois do parto. Você também pode trocar ideias com suas amigas e ler histórias de parto para sentir como as coisas acontecem na vida real. 

Há algumas maneiras de tentar reduzir as chances de você ter que passar por uma cesárea: 

• Descubra qual a linha de conduta do seu obstetra e, se achar que ele é "cesarianista" demais, procure outro assim que puder. De preferência, essa conversa deve acontecer antes mesmo da gravidez. 

• Mantenha-se saudável durante a gestação, comendo bem, praticando exercícios e descansando bastante, para quando o trabalho de parto começar, você estar nas melhores condições possíveis. 

• Descubra qual é porcentagem de cesáreas na sua região; se tiver como escolher o hospital ou maternidade em que terá o bebê, compare essa porcentagem em cada um deles. 

• Considere o acompanhamento da gravidez e do parto por uma obstetriz, já que pesquisas indicam que a participação delas está ligada a uma incidência menor de cesáreas. Os planos de saúde estão começando a cobrir o trabalho desses profissionais. Informe-se a respeito. 

• Deixe claro para o seu obstetra que gostaria de tentar o parto vaginal. 

• Durante o trabalho de parto, fique em uma posição ereta pelo maior tempo possível. Andar e permanecer de pé ajudam a acelerar o processo, fazendo com que as contrações sejam mais fortes, longas e eficazes. Mesmo a posição sentada é melhor do que a deitada para diminuir significativamente o tempo de trabalho de parto. 

• Exercite sua paciência. "Para ter parto normal é preciso ter paciência, tanto para esperar entrar em trabalho de parto, como para o trabalho de parto em si. Exercite sua calma durante toda a gestação", diz a obstetra Eleonora Fonseca, do Conselho Médico do BabyCenter Brasil. 

A cesariana tem riscos? 
Os médicos sempre dizem que toda cirurgia tem riscos, e a cesariana é uma cirurgia. Há risco maior de infecção pós-parto, por exemplo, ou de problemas na cicatrização (como a formação de hérnias ou quelóides), e até de acidentes cirúrgicos. Por outro lado, trata-se de um procedimento rotineiro e relativamente simples, que na maioria das vezes transcorre sem problemas. 

Mulheres que tenham uma camada mais espessa de gordura na barriga (que já eram obesas antes da gravidez) podem enfrentar mais dificuldade na cicatrização do corte. E como geralmente a idade gestacional não pode ser calculada com precisão absoluta, porque a mulher nunca sabe exatamente quando ovulou, existe um pequeno risco de o bebê nascer antes do tempo se a cesariana é marcada com antecedência -- o que pode causar problemas respiratórios devido à imaturidade dos pulmões. 

Alguns especialistas acreditam também que a ação dos hormônios envolvidos no trabalho de parto 
evite dificuldades respiratórias no bebê. 

Meu primeiro filho nasceu de cesariana. Posso ter o próximo de parto normal? 
Ter tido uma cesárea não quer mais dizer necessariamente ter outras no futuro. Na realidade, cerca de 70 por cento das mulheres que tentam o parto vaginal depois de uma cesariana são bem-sucedidas. 

As incisões horizontais das cesáreas atuais ajudaram enormemente a reduzir o risco de futuras rupturas de útero, a grande preocupação dos médicos no caso de parto normal pós-cesariana. Antigamente, o corte era feito na vertical, o que favorecia essa complicação. 









1 comentários:

Cristiane disse...

Eu e meu esposo estamos querendo ter mais um filho e quero parto cesariana pra poder ligar. Mas confesso estar com muito medo, pois dizem que se amulher se mexer na hora da anestesia corre o risco de ficar paralitica, não sei o que faço, estou com muito medo. Me de uma dica, quem ja fez cesaria.

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